sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Segurança Intrínseca - Parâmetros de entidade

Quando optamos por utilizar a segurança intrínseca como método de proteção contra explosão, nos deparamos com um tipo de informação não convencional, mas de extrema importância para garantir a segurança aplicação.
Esta informação é chamada de parâmetros entidade, e comumente ela é confundida com os parâmetros nominais de alimentação dos instrumentos, portanto, cuidado! Estes não possuem nenhuma relação!

Mas afinal, o que são esses parâmetros de entidade?


Sabemos que instrumentos intrinsecamente seguros trabalham com uma faixa de tensão e corrente menores que os tradicionais, e para isso, esses instrumentos necessitam de uma barreira de segurança intrínseca, a fim de garantir esses baixos níveis de energia.


Barreiras de segurança intrínseca são equipamentos eletrônicos, e como qualquer equipamento eletrônico, ela está sujeito a falhas. Se ela falhar, qual a máxima tensão e corrente que ela pode transferir para o campo?
Os parâmetros de entidade da barreira irão te informar! Temos então Uo (máx. tensão de saída), Io (máx. Corrente de saída) e consequentemente Po (máx. Potência de saída). 
Vejamos um exemplo de uma barreira para instrumentação 4-20mA (KFD2-STC4-EX1):
Uo=25,4V
Io=86,8mA
Po=551mW

Sabendo que a barreira pode transferir essa energia em caso de falha, precisamos especificar um instrumento cujos parâmetros de entidade sejam iguais ou superiores aos da barreira, pois no instrumento, esses valores representam as máximas admissíveis na entrada, sem que o mesmo perca sua característica de equipamento intrinsecamente seguro.
Como exemplo, vamos considerar um transmissor 4-20mA (LUC-M):
Ui=30V
Ii=300mA
Pi=1000mW

Dessa forma, ao dimensionar um circuito intrinsecamente seguro, devemos considerar a seguinte tabela de relação dos parâmetros de entidade:

(Clique na imagem para aumentar)
Mas perai! E essa relação de capacitância e indutância? 
Sabemos que todo cabeamento possui níveis de capacitância e indutância, isso devido sua forma construtiva, é inevitável. Alguns instrumentos também possuem essa mesma característica. E quanto maior esses valores, maior a capacidade desses circuitos acumularem energia, e a menos que estes níveis estejam abaixo dos valores admissíveis pela barreira, em caso de falhas, eles podem conter energia acumulada suficiente para causar uma ignição.

Espero que este artigo tenha matado as dúvidas de vocês. Se gostaram, curtam, compartilhem.

Abraços, até a próxima!

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